O tempo não para de correr e por vezes chega a ser cruel enquanto a vida é nada mais ou nada menos não sei definir do que um fio tênue entre viver e partir .
E a lei da sobrevivência nos obriga a sempre seguirmos em frente e que bom quando podem aos .
Mas chega um momento em que paramos e começamos a nos " bisbilhotar" internamente e já não dá mais para fazer que não nos ouvimos ou nos entendemos .
E eis que de repente chegamos a um ponto dessa nossa rodovia em que nos deparamos com a necessidade de retornar um pouco ao quase começo , ou menos antes do agora , sei lá .
E nos encontramos amadurecidos , amarelecidos os sorrisos , prateados os cabelos , sem viço os olhos , os sonhos e a vida .
Nos vemos frente a frente com nossas perdas e ganhos .
Encontramos nossos filhos crescidos e nasceram " ainda outro dia" .
E lá estamos diante de uma placa que nos anuncia que talvez tenhamos nossa última chance de retornar um pouco , de correr menos pelo pão de cada dia , de sentir mais o sol na pele , a brisa do mar , de observar as estrelas com a mesma curiosidade da adolescência e com a mesma doçura de quando estávamos apaixonados .
Talvez seja tempo de olhar o rio correndo para o mar , curtir a lua cheia radiante no infinito .
Não sei , mas quando nos deparamos com uma sinalização que nos mostra que temos tempo e esse relógio é implacável ... o melhor e dar uma freada e aproveitar com mais intensidade cada novo momento .
Afinal como canta Fagner ..." a noite é longa e é tanta terra ... poderemos estar mortos noutra cena ".
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